Lição de marketing n.º 15 Na distribuição as marcas tradicionais estão a morrer.

Quem tem por hábito efectuar comprar em hipermercados ou supermercados, já reparou que o espaço dedicado a marcas brancas tem vindo a crescer substancialmente. No espaço de 2 anos as principais cadeias de retalho alteraram a oferta de produtos ao ponto de algumas marcas terem desaparecido das prateleiras.

Os distribuidores pressionados pela concorrência que fazem a eles próprios, o fenómeno do aumento dos impostos (IVA), o aumento do desemprego, obrigaram a encontrar soluções para oferecer o mesmo cabaz de produtos a preços mais baratos, alargando a gama de marca própria, ou branca. No caso do Modelo Continente, já existem duas marcas: a Modelo ou Continente e outra mais barata chamada Sim, Pois é, etc.

O alargamento da gama branca, fez aumentar a necessidade de mais espaço na prateleira, obrigando à extinção da oferta de produtos de marca tradicionais. Em algumas lojas, existem produtos de marca que representam apenas 1/3 do espaço disponível para comercialização.

Esta diminuição do espaço disponível para os produtos tradicionais, confirma que os consumidores aderiram aos produtos brancos e a tendência está para ficar. Esta adesão, não se fica a dever apenas a questões de equilíbrio financeiro, se bem que alguns consumidores são muito sensíveis ao preço, outros compram os produtos brancos porque o nível de qualidade aumentou e começaram a por de lado o preconceito de comprar produtos marca loja do bairro lda.

Como consumidor, também faço alguma comparação e concluí que existem alguns produtos em que comprar de marca não compensa. A conclusão não é igual para todos os distribuidores, mas o consumidor já sabe quando entra numa loja, qual é o produto branco que pode comprar e confiar. Alguns exemplos universais: Água sem gás, arroz, ovos, manteiga, queijo, papel higiénico e outros, função do fornecedor do distribuidor: iogurtes, detergentes, sumos, etc.

Neste cenário as marcas tradicionais estão a correr sérios riscos de serem eclipsadas das prateleiras e por isso não conseguirão vender, só conseguirão se investirem em processos investigação e desenvolvimento e auscultação das necessidades do cliente que diferenciem as qualidades do produto de tal forma que os distribuidores não os consigam imitar, ou criem algum valor intangível que o consumidor queira pagar por isso. Caso contrário, estão condenadas ao desaparecimento.

Comentários

Anónimo disse…
Pois, tens razão. Mas a principal razao é que desde que a engenharia financeira deixou de compensar ( os juros baixaram e a aplicação de dinheiro deixou de compensar como à 20 anos com venda a cash e pag.tos a 180 dias e mais), a distribuição moderna (hipers) começou a viver da venda de espaço/prateleiras (entrance fee ou preço de referenciação). O carrefour chegava a pedir 1750 cts por referencia+ 25% de margem de venda, por contrato anual! Era a ruina para os fabricantes ainda por cima tinham de pagar o que se estragava e aos repositores! Assim e com a experiência dos produtos, a distribuição moderna pede o fabrico c marca propria com um caderno de encargos c tanta qualidade como os produtos de marca. Ganham menos mas ganham todos e o fabricante agradece até porque os hipers esforçam-se p vender...
Bjs
JA

Mensagens populares deste blogue

BPMN can bring death to your process data

Summer soundscapes