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A mostrar mensagens de junho, 2008

Foge Foge bandido

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A música portuguesa tem vivido de alguma asfixia criativa à qual não é estranha a existência de leis para fazer passar lixo musical na rádio que não seria necessária se a musica fosse interessante e por si só ganhasse o direito de ser ouvida. Hoje trago-vos uma verdadeira descoberta musical: o projecto Foge foge bandido. O disco agora editado é capaz de ser o projecto mais arrojado e inovador desde o lançamento dos discos dos Golpe de Estado e do projecto Megafone de João Aguardela dos Sitiados (os Pop del’Arte existiam antes destes). É um misto de música folclórica, industrial e de reportagens da liga dos últimos, que conta umas histórias que fazem parte do nosso dia-a-dia com revivalismos de quando o autor, Manuel Cruz era criança: Mãe, porque a pila cresce quando vejo mulheres nuas? Para ouvir o disco e encomenda-lo basta ir ao site: http://www.fogefogebandido.com/

1978-2088 Reboot

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O Alentejo pediu-me para publicar isto. Desafio-o a entrar no antiamba. Que saudades dos tempos das brincadeiras aos índios e cowboys... Dos dias inteiros a correr de um lado para o outro... Dos joelhos esfolados, das cabeças partidas, das bicicletas tipo pedaleira, das acrobacias no alcatrão com os carrinhos de rolamentos... Do futebol de rua com os carros a servir de baliza... Dos berros do vizinho por causa dos vidros partidos... Dos bailes das festas Populares... das cenas de mocada de três em pipa só porque um gajo não gramava a fronha do outro... Das grandes sessões de Match Day e Match Point no velhinho Spectrum... Do Benfica Campeão Nacional 3 vezes seguidas... Das camadas a jogar à lerpa e ao sobe e desce... Das noites de whisky com putas... Dos concertos do metal... Do Metal Radical ao Sábado à tarde... Do Som da Frente na Comercial... Da Rádio Universidade sempre no ar... Do Pigiguitti e do LD... Do Açoreano a arrear em tudo o que mexia... Das broas do IP

1978 vs 2008

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Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga. Ano 1978: O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra- lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa. Ano 2008: A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola. Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas. Ano 1978: Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos. Ano 2008: A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva. Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas. Ano 1978: Mandam o Jaime ir fala

O cúmulo da discriminação

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Outro dia um delegado sindical em entrevista à televisão dava como grande vitória o acordo alcançado com a Corticeira Amorim para garantir salários idênticos entre homens e mulheres. As mulheres discriminadas, ganhavam menos que homens que exerciam a mesma posição na empresa. No mundo actual em que muito se fala de responsabilidade social a existência de tal desigualdade quebra um requisito mínimo e básico do direito do trabalho, previsto nas convenções mundiais da OIT e que se encontram previstas na nossa legislação laboral bem como de cada país desenvolvido. Em qualquer país onde direitos dos trabalhadores como estes não são salvaguardados dá direito a processo judicial com pesadas multas para a empresa em incumprimento. Veja-se o que aconteceu nos EUA com a Coca Cola, onde ficou provado que existia discriminação de salários entre funcionários brancos e negros (os negros ganhavam em média 20% menos). Em Portugal fala-se que o sindicalismo é forte, é capaz, a julgar pelas manifestaçõe