Nem que a vaca tussa!



Começa a ser uma caso sério no nosso futebol, o aparecimento de várias personagens com capacidades extraordinárias para expressar as suas "futebolescas" ideias, em idiomas complexos e cheios de figuras de estilo.

Não nos bastava o já famoso dialecto "Manuel Machadês", e agora ainda temos de aturar o novo dialecto "Queirosiano" digno de um qualquer programa da Liga dos Últimos.

Chocados? Não? Então cá vai...

A vaca, animal doméstico de muita utilidade para a vida humana, foi na passada semana vilipendiada pelo nosso seleccionador nacional que utilizou a sua imagem para a comparar com a nossa Selecção.

Eu confesso que fiquei um bocado intrigado com a analogia feita pelo Professor, pois a primeira imagem que me veio à cabeça foi a de Ronaldo e companhia a chupar na teta da vaca (tadinha...). Nem sequer vou comentar o estado em que a teta da vaca terá ficado, nem quais foram as seguintes imagens com que fui brindado pelo meu subconsciente, mas posso-vos adiantar que tiveram a ver com o mesmo Ronaldo e também com o resto da sua manada...

Quis o nosso ilustre Professor dizer que a vaca, ou seja a nossa selecção (penso que podemos começar a chamar os bois pelos nomes...), está magra! Precisa urgentemente de ser alimentada sob pena de não haver leite para mais ninguém. E não basta para tal, pô-la a pastar nos relvados do nosso país. Não! Temos de a guiar para locais mais verdejantes, pois toda a gente sabe que os nossos relvados, tal como o nosso futebol, estão doentes e a perder o viço.

Como o leite é pouco e a vaca emagrece de dia para dia, teve a brilhante idéia este Professor de iniciar vários processos de negociação, com a intenção de importar o leite que nos falta! Um vivaço! Estava o problema resolvido! Se a vaca tem o leite seco e não consegue parir mais bezerrinhos, nada melhor que trazer o leite e os bezerrinhos do exterior e esperar que a vaca os afilhe, integrando-os no seio (lá estou eu outra vez à volta com as glândulas mamárias...) da sua manada.

Não esperava o professor é que a manada se transformasse uma autêntica Babel, com bezerros a berrar com sotaques diferentes e cada um a fugir para o seu lado. Era caso para afirmarmos que a vaca estava a começar a ficar louca com tanta confusão.

E que dizer do Moural Madaíl?

Irritado com tanto mau resultado e a ver-se incapaz de conter a confusão (feira de vaidades?) crescente que rodeava a vaca, não esteve de modas, chamou o professor à parte e disse-lhe que ele tinha de começar a dar feno nacional à vaca se queria continuar a ser o seu veterinário...

E pronto, o bom do professor pensou, pensou, pensou, e chegou à conclusão que o melhor para a vaca era não comer feno proveniente dos lados de Benfica. Sim, porque se a dita cuja não dá leite a culpa é dos fenos vermelhos de má qualidade, nomeadamente o feno da marca Nuno Gomes.

Sanado mais uma vez o problema, a vaca, cheia de antibióticos e ansióliticos, começa a pastar num relvado junto com uma vaca Brasileira e outra Albanesa.

E pronto, confusão armada! A vaca Albanesa não habituada a prados tão profícuos desata a papar tudo de enfiada, deixando a nossa pobre vaca desolada e mais uma vez sem uma folhita de grama para ruminar.

A vaca Brasileira afinal era boi e vai de se montar em cima da nossa vaquinha, deixando-a completamente estafada e com o leite talhado de tanta actividade "sexual". A actividade é tanta que a nossa vaca acaba inclusive por apanhar uma rara doença venérea: A Quimnite.

Aqui d'El Rei!!! Os pastores dos rebanhos e manadas vizinhos, tementes da propagação do mal da vaca aos seus rebanhos, desatam a desancar no pobre professor e a dizer que o melhor é abater a vaca!

Isso, abate-se a vaca e começa-se de novo com um bezerrinho imberbe. É o melhor para todos. Esta vaca já está tão debilitada que não tem safa possível. O Moural em desepero de causa, promete resolver o problema e coloca o professor e a vaca de quarentena.

Foi o silêncio total. Durante cerca de dois meses não se ouviu o professor nem a vaca. E o assunto foi esmorecendo até que por fim chegamos a um novo dia.

Não há dúvidas que a vaca parece outra, está com outro aspecto, alimenta-se agora de um feno especial proveniente do Douro Litoral. - É de primeira água! - dizem-nos. E feno vermelho nem vê-lo não vá o diabo tecê-las!

Partilha-se finalmente o pasto com uma vaca Filandesa. Uma vaca de primeira qualidade, e parecida com as vacas da Suécia (e que belas vacas tem a Suécia). A refeição da nossa vaquinha até corre bem. Apesar de termos de procurar bastante até encontrar um espaço de verdejante erva que nos permitisse produzir um copito de leite em condições. E mesmo assim tivemos de aplicar um aditivo para que o leite não talhasse!

Recomendo-o vivamente para quem quer ter boas produções de leite. Parece que é da marca "homem do apito", se bem que este seja um nome um pouco estúpido para um aditivo de leite de vaca.


E agora? Perguntam vocês e pergunto eu. Mas eu também respondo:

Agora temos de ganhar à Suécia! Nem que a vaca tussa...

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