PIN +

O governo tem previsto sob o ponto de vista regulamentar a classificação de projectos de investimento em projectos de interesse nacional – aqueles que permitem o abate de sobreiros, se o valor de investimento for superior a 25 milhões de euros, ter impacto económico positivo, for inovador e não contribuir para a degradação do meio ambiente. O governo prepara agora para lançar o PIN +. Para que um projecto de investimento seja considerado “Plus”, tem de satisfazer 3 critérios: o montante do investimento ser superior a 50 milhões de euros, ter impacto económico positivo e for inovador.

Ora como podem reparar, a componente ambiental foi metida na gaveta. Numa altura em que a Responsabilidade Social é cada vez mais uma prioridade das empresas, dos governos e da sociedade, é extraordinário como se compromete o impacte ambiental em prol do desenvolvimento.

O programa Global Compact das nações Unidades é uma iniciativa como muitas outras, que tenta criar condições para que as empresas adoptem práticas de gestão de compromisso entre o desenvolvimento económico, social e ambiental. Este programa abrange então um conjunto de princípios fundamentais e inclui entre outras coisas: o respeito pelos direitos humanos, transparência no relacionamento entre colaboradores, clientes fornecedores e parceiros, aplicação de princípios de boa cidadania e apoio a actividades das comunidades locais onde a empresa desenvolve as suas actividades e respeito e preservação do meio ambiente. Estes princípios não devem ser visto apenas como algo interior à própria empresa, mas sim como garantia de sobrevivência a longo prazo, para que a sociedade entenda e aceite as actividades levadas a cabo pela empresa.

Michael Porter já se debruçou sobre o assunto, tendo inclusivamente dito que avaliação estratégica das empresas tem de passar por identificar de forma global os stakeholders empresariais e de que forma podem condicionar ou são condicionados pelas operações desenvolvidas pelas organizações.

Os grupos de stakeholders têm interesses nas operações desenvolvidas pela organização e podem condicionar a forma como o negócio se desenvolve – associações ambientais, sindicatos, grupos de pressão. É essencial que a organização mantenha um relacionamento bilateral baseado no diálogo e na confiança para compreender a nossa opinião e das restantes partes interessadas da mesma forma que a organização define internamente as políticas e toma as decisões. Os stakeholders não têm sempre as mesmas opiniões, pelo que a organização tem de estabelecer o compromisso de discutir os assuntos, partilhar as dúvidas e os dilemas com as restantes entidades.

Incrivelmente, ao abrigo do PIN +, o nosso governo deixa o ambiente de fora. A componente ambiental é um dos vértices da Responsabilidade moderna. Sócrates arrisca-se a ter um lugar de destaque no próximo filme do Al Gore, tal como aquele assessor do presidente Norte-americano que tentava iludir a opinião pública sobre os problemas ambientais, tendo abandonado o cargo para a Exxon Mobil (uma empresa petrolífera que assume publicamente que não vale investir em combustíveis mais amigos do ambiente).

Para saber mais:

http://www.unglobalcompact.org/

http://www.globalreporting.org

Fica já a saber que se consultar o site da global compact vai verificar que a Delta Cafés, outrora grande defensora da responsabilidade social, através do programa café de Timor, não entregou o relatório de desempenho e já tem um semáforo vermelho. Curioso não é?

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