Campanha de quê mesmo..?

Estamos a terminar a campanha eleitoral para?
Eleições para o parlamento Europeu?
Será?
Definitivamente não me parece, pelo menos naquilo que é a ideia ( ou falta dela ) dos Portugueses, ou esmagadora maioria deles.
Desde logo iremos seguramente assistir a uma enorme abstenção.
Temos a abstenção como a previsivel ganhadora das eleições, muitos são os motivos para os Portugueses, e/ou Europeus se absterem nas eleições, mormente e os mais comentados o desinteresse das eleições em sí, e a desilução e descrença generalizada pela politica e politicos em geral, para além de um descontentamento crescente com "o estado das coisas" nas mais variadas vertentes, sociais, económicas, politicas, questões de saude, educação, justiça, e tudo o mais que se possa pensar, no que concerne á vida dos cidadãos.
Porém tenho aqui que me desmarcar em absoluto destas "desculpas" e justificações para aquilo que continua a ser um dos instrumentos mais activos e possiveis de participação no que "nós" chamamos de democracia: o voto.
A democracia como a conhecemos, partidária, ou não, vem das pessoas, e a caracteristica que desde á seculos assiste ao ser Humano, é precisamente pretender alhear-se de responsabilidades, por lhe ser cómodo, e para depois poder livremente criticar os outros.
Ou seja, o Ser Humano, no caso o Cidadão Eleitor, vive neste sistema ( democracia como a conhecemos), nada faz para o alterar se não gosta dele, e não participa no mesmo, imiscuindo-se assim de ser responsável pela eleição de alguém que possa fazer alguma coisa, ainda que mal, ou nenhuma..,
É uma posição errada no minha modesta opinião, o cidadão deve participar, e a participação eleitoral, não começa no dia das eleições, começa a partir do momento em que o cidadão, numa sociedade livre como a nossa pode entrar em qualquer partido que queira, com a intervenção que desejar ainda dentro desse partido, pode formar movimentos não partidários, ou pode manifestar-se de muitas formas dentro do "sistema" democracia.
Claro que é mais confortável ficar em casa a ver televisão no sofá, ou no café, e "fugir" da participação.
Não me venham dizer que "são todos iguais" ou que "não me revejo em nenhum", isso são desculpas, o espectro politico é bem alargado, e quem não se revê em nenhum deve procurar ou dentro de um partido, ou num movimento, transmitir as suas ideias, par aque se possa rever em algo..
Os Portugueses tem que ter consciencia que as eleições europeias, aparentemente inocentes podem e vão marcar o posisionamento em termos parlamentares do "nosso" País, ou seja os parlamentares eleitos, vão "mostrar" o que é Portugal, e qual o seu posicionamento em todas as áreas á Europa, e isso, não é de menosprezar, bem pelo contrário...
A Europa com os desafios que se apresemtam actualmente, e a Europa politicamente unida, é , entre outras, a unica forma de contrariar uma possivel crise social sem precedentes - a ultima vez que a Europa teve estes niveis crescentes de desemprego e mal estar social, teve duas guerras mundiais.. - ou seja a união, que aliás foi um dos pilares fundamentais da criação inicial, baseou-se numa impossibilidade de guerra entre paizes com alianças, e interesses comuns, só depois vieram todos os outros fundamentos, lembremo-nos também nessa altura da guerra fria, e do facto de que a Europa, tinha de se unir, e também acabar de vez com os seus conflitos internos.
Os nossos parlamentares no parlamento europeu, vão transmitir aquilo que nós somos ( Portugas ), nesse parlamento, o que pretendemos, que interesses temos, em tosdas as areas que se possam imaginar.
Pergunto: vamos enviar defensores do mauismo? para quem sabe o que foi "Mau.."
Vamos enviar defensores da organização da sociedade em comunas? para quem sabe o que são comunas ( o sistema se organização da antiga URSS por exemplo )
Enfim, e voltando ao tema do texto, os Portugueses nesta campanha falaram da Europa? dos temas que temos que defender na Europa? dos temas fundamentais para o nosso futuro e que só poderão ser tratados a nivel Europeu ( não tenhamos outras ilusões ) como o tema do ambiente, clima, situação económica mundial, ou ocidental, paz ou guerra, globalização..?
Não não falaram.
Falaram e vão votar ou não vão votar por motivos internos, contentamento ou descontentamento de situações internas, muitas só mesmo internas, não tem qualquer conhecimento do que é o parlamento europeu, como funciona, o que faz, qual o seu papel, o que se discute aí, qual a importância do mesmo, da C.E. em si, o que faz um parlamentar europeu, quem é ou poderá ser o "seu" parlamentar representante, enfim estamos perante um estado de "coisas" que quase que poderia ser cómico, não fosse o facto de ser triste.
Ve-se a cara do cabeça de lista, a sua foto, o apoio do seu lider, e.. mais nada a bem dizer.
Cabe a cada um de nós tentar contrariar esta situação, começando pelo seu dia a dia, interessando-se pelos assuntos, participando, opinando, meter-se ao caminho, não esperar que alguém faza ou diga o que nós pensamos, ou não pensar em si..
Quem não for votar, bem ou mal estará a passar uma mensagem antidemocrática, qual o sistema que prefere então?

Comentários

Anónimo disse…
Os Portugueses normalmente votam quando ha questões importantes para o país, caso contrário não vale a pena a perda de tempo: Alguns exemplos (perda de tempo)Mário Soares Basilio Horta, Jorge Sampaio vs Soldado desconhecido e muitos outros.
PPD disse…
Só uma pequena lembrança acerca dos exemplo dados, e da sua aparente falta de importância..
Os então presidentes Mario Soares, e Jorge Sampaio, seguiram um rumo parecido e de bom senso ( para eles.. ) ou seja no primeiro mandato após serem eleitos pelos seus eleitores proximos, e "forçados" pelo voto util, (lembram-se dos comunistas a dizer que iam ingulir sapos vivos a votar Soares, mas que o faziam pela "esquerda?) após dizia serem eleitos nessas condições, procuram fazer um mandato relativamente pacifico, de concordância com o governo, tentando alargar a sua esfera politica de popularidade, aparentemente afastando-se dos seus eleitores, ora e depois???
Depois, ganhando com maiorias esmagadoras - naquilo que se comentou serem eleições pouco importantes... - ganhando assim, conseguem uma legitimidade tal, e ainda por cima é o ultimo mandato.. que no caso do Soares abriu uma guerra aberta institucional contra o Cavaco, (nas refira-se alturas que estava em Portugal..) guerra essa que ganhou contornos em que se viu um Presidente a incentivar publicamente á revolta e á indignação, e na minha modesta opinião prejudicando o país.. ( quem veio a seguir foi o Guterres??? ) e o Sampaio usou essa legitimidade ainda duma forma mais visivel, depois de anos de paz, não demitiu o governo quando o Durão saiu.. ( aí teria diga-se alguma discutivel margem de manobra...) esperou meses até que no "seu" partido se elege-se um novo lider - o actual - e demitiu um governo que estava legitimado por uma maioria absoluta!! - caso diga-se unico na História da democracia europeia - alguém tem outro caso????
E tudo com legitimidades de eleições pouco importantas????.....
Alberto Manuel disse…
Portugal está à deriva e o Presidente deveria pensar seriamente nos resultados destas eleições. Quem vai formar governo? o Bloco com o PCP?

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