La Virgule


Meus caros amigos (vírgula, :D) após muitas asneiras ler e cometer, sinto que devo dissertar acerca do uso correcto deste sinal de pontuação:

Saibam todos que o uso da vírgula depende em muito da capacidade pulmonar de cada um. Surpreendidos?

Terá a sua lógica. Senão vejamos: um atleta (e isto também varia com o tipo de desporto praticado), tende a usar a vírgula com menos frequência do que a maioria dos comuns mortais.

E isto nada tem de extraordinário! A tendência de todos nós é usarmos os sinais de pontuação (vírgulas incluídas) de acordo com a forma como falamos.

Daí se compreenda que um desportista, tendo maior capacidade pulmonar, consiga introduzir no mesmo trecho de uma frase um maior número de palavras sem que seja necessária a utilização de quaisquer sinais de pontuação.

É também comum que um nadador utilize menos vírgulas do que, por exemplo, um jogador de golf ou qualquer outro ser de vida mais sedentária.

Os chamados desportistas de balcão tem tendência a utilizar menos as vírgulas, isto já sem falar dos fumadores. Estes são aqueles que comprovadamente (por incrível que pareça existem pessoas que até tem teses acerca deste assunto) menos usam este injustiçado sinal de pontuação!

Mas deixemo-nos de questões fisiológicas e passemos às definições da dita cuja.

Uma vírgula é um sinal de pontuação. Tem como função indicar uma pausa e separar membros constituintes de uma frase. (fonte wikipédia :P)

E quais são esse membros??? Ora bem, vamos então entrar no "nêgócio" mais chato do Brasileirês...

A definição dos locais onde a vírgula pode ou deve ser empregada depende principalmente da estrutura sintática da oração (para quem não se lembra, todos nós já fizemos a análise sintáctica de uma frase quando por exemplo procurámos o sujeito de determinada oração).

Conhecer a estrutura sintática de uma oração é, basicamente, saber qual é o seu sujeito, o seu predicado, identificar o verbo e quais são os seus complementos.

Identificando os termos da oração, é possível evitar a maioria dos erros relacionados com o uso da vírgula seguindo apenas uma regra básica:

Não se deve separar com uma vírgula os elementos relacionados de uma oração!

Para quem se interessa algo por isto, ficam aqui algumas regras básicas a respeitar quando se usa uma (ou várias) vírgulas:

1 - Não se deve separar o sujeito do predicado. Exemplo: O Paulo Baptista, é um camelo! (errado!) - O Paulo Baptista é um camelo (correcto!);

2 - Não se deve separar o verbo dos seus complementos. Exemplo: O Olegário roubou, o Benfica (errado!) - O Olegário roubou o Benfica (correcto!);

3 - Não devemos separar o adjunto adnominal do nome ao qual se refere. Exemplo: Aquele jogador, tosco lesionou o Miguel Vítor (errado!) - Aquele jogador tosco lesionou o Miguel Vítor (correcto!);

Nota: para quem não saiba, adjunto adnominal é uma palavra que vem junto (adjunto) a um nome (adnominal) para qualificá-lo, caracterizá-lo ou simplesmente determiná-lo.

4 - Não devemos separar o complemento nominal do nome ao qual se refere. Exemplo: O ataque, do Benfica é demolidor (errado!) - O ataque do Benfica é demolidor (correcto!);

Nota: mais uma vez convém esclarecer que complemento nominal é o termo que complementa (complemento) o sentido de certos nomes (nominal) que não possuem sentido completo.

5 - Orações subordinadas. Em muitas situações, o papel de certos termos de uma oração não é representado por palavras ou expressões, mas por outras orações, que tem os seus próprios sujeitos, verbos e complementos. Nestes casos, estamos na presença de períodos com mais de uma oração. O número de orações será definido pela quantidade de verbos ou locuções verbais existentes. Quando isto ocorre, bastará identificar qual é o termo que a oração substitui, e, novamente, usarmos as regras que já enunciamos.

À oração que engloba as outras chamamos "Oração Principal". Já as orações que substituem os termos da oração e se subordinam ao verbo da oração principal, exercendo funções sintácticas, chamamos "Orações Subordinadas". As orações que exercem funções próprias de substantivos são chamadas "Orações Subordinadas Substantivas", enquanto que as que exercem funções de adjetivos são as "Orações Subordinadas Adjetivas". Dependendo da função exercida na oração principal, as orações subordinadas ainda recebem mais nomes que indicam essa função.

5.1 - Oração que substitui o sujeito: Exemplo: "Ganhar aos lagartos é normal para o Glorioso."

A oração "ganhar aos lagartos", cujo verbo é "ganhar", é uma "Oração Subordinada Substantiva Subjetiva". Oração porque possui verbo. Subordinada porque se subordina ao verbo da oração principal ("é"). Substantiva pois exerce uma função própria de um substantivo (função de sujeito). Subjetiva porque substitui o sujeito da oração principal. O trecho "é normal para o Glorioso" será o predicado. Resumindo, não devemos separar com uma vírgula a oração que substitui o sujeito do predicado da oração principal.

5.2 - Oração que substitui o complemento verbal. Exemplo: "Todos sabemos que o Benfica está a ser a melhor equipa em campo."

A oração "que o Benfica esta a ser (locução verbal) a melhor equipa em campo" é uma "Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta", pois faz o papel de complemento do verbo "saber" na oração principal, sem ser necessário utilizar uma preposição, exercendo, assim, a função de Objeto Direto (função exercida por substantivos). Em suma, não devemos separar com uma vírgula a oração que substitui um complemento verbal do verbo da oração principal.

5.3 - Oração que substitui o complemento nominal. Exemplo: "O Benfica está convicto que o Simão vai voltar."

A oração "que o Simão vai voltar" é uma "Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal", pois faz o papel de Complemento Nominal (função exercida por substantivos) do substantivo abstrato "convicto" na oração principal. Assim, não devemos separar com vírgula a oração que substitui o complemento nominal do nome a que se refere na oração principal.

5.4 - Oração que substitui o adjunto adnominal. As orações subordinadas que substituem termos cuja função normalmente é exercida por adjetivos ("Orações Subordinadas Adjetivas") somente se classificam quanto ao seu sentido, e podem ser "Restritivas" ou "Explicativas". Quando a oração restringe e limita o sentido do substantivo ou pronome ao qual se refere, chamamos-lhe "Oração Subordinada Adjetiva Restritiva". Exemplo: Os jogadores do Benfica que são bons conseguem a titularidade em todos os jogos.

A oração "que são bons" restringe o sentido da palavra "jogadores". Assim, não são os jogadores em geral que conseguem ser sempre titulares, mas só os que são bons. A "Oração Subordinada Adjetiva Restritiva", portanto, não deve ser separada com vírgula do termo a que se refere.


Ainda a vírgula

(retirado e adaptado do blog http://duvidas-de-portugues.bloguepessoal.com/67986/A-virgula/


A vírgula pode ser uma pausa... ou não.

Não, espere.

Não espere.


Ela pode desaparecer tal como o seu dinheiro.

23,4.

2,34.


Pode ser autoritária.

Aceito, obrigado.

Aceito obrigado.


Pode criar heróis.

Isso só, ele pode resolver.

Isso só ele pode resolver.


E vilões.

Aquele, Sr. PC é corrupto.

Aquele Sr. PC é corrupto.


Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.

Vamos perder nada, foi resolvido.


A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.

Não, queremos saber.


Uma vírgula muda tudo! veja-se por exemplo a frase "O homem se soubesse o valor que tem a mulher, punha-se de joelhos" que com uma pequena mudança fica "o homem se soubesse o valor que tem, a mulher punha-se de joelhos". Signficativo, não?

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